segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

2012... hora de seguir em frente!


Tem gente que ama mudança, gente que odeia, gente que fica no meio termo e existe os que vão conforme a maré. Eu me encaixo na turma que ama mudar. Amo mudar a casa, o cabelo, o caminho... mas descobrir que minha vida iria mudar integralmente em 2012 foi um choque.

Será que sou uma mutante paraguaia???

2011 foi um ano diferente para mim. Foi o primeiro ano inteirinho sem meu pai, sem sua alegria e seus mimos. Foi um ano de adaptação  e para completar, no começo de outubro durante os treinos para a São Silvestre,  descobri que estava grávida. Foi uma surpresa. Mudar o que estava programado era algo inaceitável, mas os enjôos vieram com força total e fui obrigada a parar um pouco e aceitar o inesperado.

Foi ai que descobri que eu amo mudar aquilo que eu  tenho controle, aquilo que eu posso planejar, ou seja, sou da turma paraguaia...rsrsrs
Hoje, aos 5 meses, estou curtindo as mudanças e aprendendo muita coisa chata e muita coisa divertida. Para comemorar a chegada do bebê já contratei pedreiro, pintor, marceneiro para mudar o que dá... e o que não dá iremos adaptando. Meu pai não estará comigo nesta etapa tão especial, mas seu amor irá comigo porque ele  é muito maior que sua ausência.

Espero que o bebê encontre uma mãe divertida, com paciência para o novo e com o coração arrumadinho para encarar  2012.
E assim desejo que o Ano Novo seja bem divertido e traga aquilo que seu coração desejar.

Um 2012  NOVO para todos nós.

Bjs, com todo carinho,
Cláu


Eu adorei esse texto do Chico Sá e resolvi colocar aqui para vocês:


Nossos planos são muito bons. E recicláveis

Chico Sá

Aqui na Chapada do Araripe, ja espocando a cilibina, velho Glauco, medito, reflito: Nossos planos são tão bons que nem merecem ser executados.
Cronicamente repetitivo vos digo, como a cada fim de ano: nossos planos são muito bons, como na canção dos Doces Bárbaros, nossos planos são recicláveis, como os de mil novecentos e antigamente...
Nossos planos são os mesmos que se arrastam desde século seculorum, nossos planos são tão conhecidos, tão íntimos, eles nos acompanham há tanto tempo que viraram nossos amantes, nossos melhores amigos.
Nossos planos renascem a cada fim de ano como os nossos melhores cúmplices.
Nossos planos sabem que se os realizássemos à risca a vida perderia a graça, seríamos perfeitos demais, estávamos todos magérrimos, malhados, gozando a saúde dos deuses ou dos imortais da ABL, seríamos todos um bando de Davids Beckhans e Giseles.
Nossos planos são muito bons, mas sinto muito por eles, coitados, mais uma vez não serão cumpridos na íntegra no ano da graça de 2012.
Cumpriremos, no máximo, os 10% da humaníssima cota do possível, os 10% do garçom, justa medida.
Nossos planos são muito bons e nunca foram atrapalhados por crise alguma. O que nossos planos enfrentam para valer é uma invencível guerra interna nos fracos juízos repletos de defeitos de fábrica.
Nossos planos são muito bons, mas, como sempre, ainda temos o benefício da dúvida, ainda temos a complacência e, se, por acaso, faltar alguma conversa fiada no estoque, botamos a culpa nos outros –nosso inferno mais próximo.
Nossos planos mal devoraram a ceia do Natal, nossos planos famintos, nossos planos eivados pela fome histórica de todos os semi-áridos e Jequitinhonhas, e lá estão nossos planos a dormir a mais preguiçosa das siestas espanholas.
Nossos planos estão dengosos, como nunca, para o ano novo, nossos planos querem colo, nossos planos odeiam uma academia de ginástica, um cooper às cinco da matina, uma dieta saudável...
Nossos planos não têm medo do colesterol e muito menos da gordura trans, nossos planos adoram uma costelinha de porco, como aquela que Maria fez ainda no Paraíso, costelinha com cerveja preta.
Ah, nossos planos lamberam os beiços, mesmo não sabendo o que seríamos de nós dali a duas voltas do sol no eixo da existência.
Nossos planos não se desgastam à toa, não vivem de estresse, não andam de automóvel na cidade de SP, nossos planos são eternos pedestres e adoram uma rede depois do almoço.
Nossos planos são do interior do mato e ruminam um capinzinho entre os dentes manchados pelo cigarro brabo do tempo.
Nossos planos se espreguiçam, estralando todas as juntas e costelas, quando ouvem falar outra vez de novos planos.